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FERNÃO AMARAL BOTTO MACHADO

Solicitador encartado, jornalista, deputado às Constituintes e noutras legislaturas, e um dos mais activos propagandistas das ideias republicanas.

Nasceu em Gouveia, em 1865, e morreu em Lisboa, no ano de 1924.

Na propaganda republicana pôs à prova e afirmou brilhantemente a sua grande energia, os seus merecimentos e uma notável isenção.

Era estimadíssimo pelas classes operárias, às quais dedicava todos os seus trabalhos.

Dos mais adorados caudilhos da república, ocupava-se do problema económico-social e da moralização dos costumes.

Como jornalista de combate, os seus melhores artigos foram publicados na Folha do Povo e mais tarde na Vanguarda, substituindo, na direcção deste, o seu grande amigo Dr. Magalhães Lima.

Dirigiu e redigiu uma revista de Direito e Jurisprudência, intitulada O Mundo Legal e Judiciário.

Apresentado diversas vezes ao sufrágio, a primeira como socialista, em 1903, só conseguiu fazer vingar a sua candidatura em 1911, para as Constituintes, e, nesta assembleia, foi ainda o apaixonado defensor da pureza dos princípios, não o tendo seduzido a política militante.

Acabou por se refugiar na carreira diplomática.

Nomeado ministro na Argentina, cargo de que não chegou a tomar posse, seguiu para o Brasil como cônsul geral.

Depois, nomearam-no ministro junto das repúblicas da América Central e, por fim, em Tóquio, instituindo ali uma biblioteca e duas escolas portuguesas.

Regressou a Portugal com a saúde muito abalada falecendo poucos meses depois.

Foi também Director Geral da Assistência Pública, mas rapidamente pediu a demissão.

Pertencia ao Grémio Lusitano, era membro efectivo do Congresso Permanente de Humanidade, da Sociedade Académica de História Internacional, com diploma de honra e medalha de ouro.

Era dedicado amigo da Sociedade "A voz do Operário", deixando-lhe, quando morreu, a sua valiosa biblioteca, laboriosamente reunida durante muitos anos.

Possuía as comendas da Ordem de Cristo e do Sol Nascente e a Legião de Honra.

Era irmão de Pedro Amaral Botto Machado.

  • Presidiu ao Concilio Plenário Português, celebrado em Lisboa em 1926, e a vários congressos religiosos. Durante a 1ª Guerra Mundial tomou a iniciativa da assistência religiosa aos soldados Portugueses em campanha. Formou a Comissão Nacional de Assistência. São notáveis muitas das suas cartas-pastorais e alguns discursos. Pertenceu à Academia das Ciências de Lisboa.