ANTÓNIO SANTOS LUCAS

Oficial do Exército e professor, em Freixo da Serra (Gouveia) nasceu a 13-VI-1866 e morreu na Guarda a 25-IX-1939. Fez os seus estudos com a maior distinção no Liceu da Guarda, na Universidade de Coimbra e na Escola do Exército. Era doutor pela Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra e coronel graduado de Engenharia no Quadro de Reserva desde 23-VI-1928. Foi nomeado por concurso de provas públicas, lente substituto das cadeiras de Matemática, dando a sua primeira aula de Cálculo Infinitesimal, na Escola Politécnica, a 4-IV-1900. No ano seguinte leccionou Álgebra superior, Geometria analítica e Trigonometria esférica. Em 1908 foi nomeado lente proprietária da cadeira de Mecânica racional. A sua competência cientifica e as suas excepcionais qualidades didácticas grangearam-lhe grande fama. Foi considerado um dos melhores expositores das ciências matemática da sua geração. O seu curso de Mecânica racional atingiu grande perfeição. Quando, em 1911, se estabeleceu a Universidade de Lisboa, e a Faculdade de Ciências sucedeu à Escola Politécnica, foi-lhe confiada a regência da cadeira de Físic Matemática. Ocupando-se em anos sucessivos de programas totalmente diferentes, tratou os problemas mais notáveis e mais difíceis da Física teórica com a segurança e perfeição que caracterizavam as suas belas lições de Mecânica. Foi figura de maior relevo nos meios intelectuais. Foi ministro das Finanças em 1913, administrador da casa da Moeda, onde promoveu o renovamento da maquinaria, estudando cuidadosamente todas as transformações que pudessem melhorar a economia desse importante, estabelecimento. A obra que realizou como actuário, em várias empresas de seguros, notável pela qualidade e pela quantidade, fez considerá-lo, justamente, como o primeiro valor do actuariado português. Foi também director da Faculdade de Ciências, da Companhia de Gás e Electricidade, adjunto da repartição de Geodesia, etc. Foi sócio da Academias das Ciências, eleito, em 1928, para a classe de Matemática.